28 maio, 2011

Tradução: Entrevista para ZY#45 (2009)

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Enfim, depois de algum tempo de sumiço, mais uma entrevista. Foi para a revista ZY., referente ao lançamento do primeiro álbum, Master of Romance, em 2009.


ZY # 45 (Março/Abril 2009)

Evolução emergente

- Vocês lançaram seu primeiro álbum, mas o que imaginavam antes de sua produção?
Aki: Até agora nós lançamos singles e mini-albuns, por isso havia um forte desejo de fazer um álbum. A partir daí, foi uma nuance da coleção de tudo sobre o Sadie que existiu até agora, e o início do lançamento de algo do Sadie que vai existir de agora em diante. Se essa é a direção que estamos visando, ou se essas são as razões que estamos dando para nossa vida, é melhor que você consiga enxergar o Sadie como uma peça única em tamanho real.
Mao: Como tínhamos produzido o maxi-single ‘Ice Romancer’ antes de produzir o álbum, queríamos coloca-lo (o álbum) nesse mesmo padrão. “Não seria legal se o Sadie fizesse este tipo de música?”, nós produzimos este álbum abrindo mão de tudo que dizia respeito à ‘obsessões estranhas de criação’, mas principalmente porque já havíamos deixado de lado as restrições no lançamento de ‘Ice Romancer’, o itinerário também ajudou muito. No caso de lançar pedaços do trabalho cedo demais, poderia ter sido um grande risco para nós e as pessoas poderiam ficar chocadas, eu acho, mas fomos em frente com qualquer música sem problemas na maior parte...

- Quando vocês fizeram as canções, vocês estavam conscientes de serem chamados de “o Sadie que existe a partir de agora”?
Tsurugi: Particularmente, eu diria que queria que o Sadie lançasse algo novo. E quanto a deixar as restrições, eu acho que poderia funcionar se fizéssemos este álbum.
Mizuki: Eu não penso assim, nós poderíamos criar muitas canções que são feitas em muitas partes por diferentes razões, queríamos fazer algo que não conseguimos fazer até agora. Isso poderia ter acabado mal, mas desde que fosse um álbum eu pensei que poderia ser bom.

- Eu tenho a forte impressão de que foi um grande desafio, especialmente por se tratar de um álbum.
Aki: Como tínhamos uma visão clara de como é o Sadie durante as produções musicais e agora parece que pensamos que nos aventurarmos um pouco mais nas composições não iria machucar. Nós queremos lançar esta parte com todo o seu potencial e nossa visão foi fácil de entender também, eu acho. Lançar nosso primeiro álbum neste momento feio meio que destino, mas foi um fluxo natural e também estávamos auto-confiantes de que poderíamos fazê-lo, especialmente agora. Pudemos criá-lo com o sentimento de como se fossem roldanas girando suavemente em conjunto.

- Quanto ás letras, também eram uma questão delicada (diz que poderiam oferecer perigo por ser algo diferente para o Sadie)?
Mao: Na época em decidimos fazer um álbum, nós já tínhamos decidido o conceito e havia algumas coisas já coletadas, mas a expressão de cada canção e algumas nuances tiveram que ser alteradas. Se fosse um pouco mais cedo eu teria que colocar alguns gritos em inglês porque eles ficam melhores nesta língua, mas eu tinha decidido um conceito diferente e por isso deixei de lado essas coisas relativamente suaves. Eu tentei me agarrar apenas em minha intuição e sentimentos.

- A palavra “Romancer” é também o título do álbum. À primeira vista, está longe da característica normal do Sadie, é uma palavra que dá impressão de algo suave.
Mao: Antes do lançamento do “Ice Romancer” nós já tínhamos decidido o título do álbum. O significado de “Romance” é um ideal utópico. Romance é algo semelhante ao amor, eu acho que tem uma imagem de romance de amor. Resumindo assim, o título foi escolhido porque eu queria que ele contivesse todas as coisas que são chamadas de amor neste mundo: a utopia que existe em si, a ideologia e a filosofia do amor. Amor e sofrimento nas nossas vidas foram os temas das minhas letras, a extensão destes foi difundida nelas. A palavra “amor” é realmente ampla e profunda. Quando há algum sentimento, ele geralmente encontra o amor. Estranhamente, eu entendi isso. Portanto, havia muitas das minhas músicas desse jeito, não importando qual música era, eu sempre conseguia fazê-los chegar ao fim (a encontrar o amor).

- Usar palavras que você não tinha usado até agora traz uma espécie de frescor (leveza) a suas letras, não é?
Mao: Talvez eu tenha jogado as palavras que eu pensei serem comuns, mas não estou particularmente envergonhado nem particularmente orgulhoso também.

- Eu acredito que esta, talvez, tenha sido a primeira experiência em colocar todas as suas músicas juntas e gravá-las, mas como foi a gravação?
Aki: Nós gravamos em um novo estúdio, mas isso aconteceu sem problemas, como sempre tinha acontecido até agora. Quando eu tento olhar para trás eu sinto que às vezes era difícil, mas no momento que estávamos fazendo aquilo (gravando) não sentimos que era desagradável. Desta vez, nós lançamos as coisas como elas são em sua tonalidade, e chegamos a um acordo por acaso, é foi isso que levamos para a gravação final. Todos se reuniram enquanto estávamos gravando e ouvimos (as músicas) todos juntos. Ao fazer isso, acho que nós projetamos algo próximo ao sentimento de solidariedade na música.
Kei: Eu acho que fomos capazes de fazê-lo com tensão, mas num bom sentido. Além de estarmos juntos havia também uma sensação de libertação.
Mizuki: Havia sentimentos muito estranhos, onde eu me senti um pouco deslocado. Desde o primeiro dia de gravação estávamos ansiosos preparando as coisas, mas logo no primeiro take ficamos tipo “O que é isso?” (Sorriso amargo). No entanto, a cada novo take, não soava apenas estranho, mas enquanto fazíamos o encaixe (dos instrumentos), me pareceu também diferente, eu acho. Quando estávamos fazendo isso nós vimos que nos parecia estranho porque era tipo “Então! Vamos tentar isso”. Esta parte se transformou em um estudo interessante, eu acho.

- Como eram as condições para você cantar?
Mao: Mais do que um problema com o tom, eu acho que acabou sendo uma luta interior. Eu escutei, e não sei ao certo se foi a decisão tomada, mas como toda a história até então (que os levou a decidir fazer algo diferente) estava estimulando meu coração, eu acho que esse foi o ponto da virada, não foi? Quanto aos meus sentimentos, que nos levaram a essa tentativa, eu acho que poderia fazer algo absolutamente diferente, que inclui coisas que você poderia experimentar usando seus cinco sentidos. Como o resultado é sempre diferente da fase inicial, acredito que foi algo realmente bom.

- Quanto ao tocar, havia partes que para todos foram como quebrar limites antigos?
Mao: Eu queria juntar tudo que podia expressar com a minha voz. Fosse a expressão da minha voz ou uma nuance, eu poderia colocar tudo, como imitar os efeitos diferentes em minha voz usando um MIKE. Mao A, Mao B, Mao C, Mao D... Eu fiz algo assim. Como eu acho que minha voz também é um instrumento, existe uma nuance dela, como a nuance de um tom na guitarra. Neste estilo, para expressar a grandiosidade em minhas músicas neste álbum, eu tentei criar efeitos com a minha voz.

- Você acha que isso pode destruir a imagem que o vocalista do Sadie tem?
Mao: Não. No passado eu achava isso, mas desta vez eu não me senti assim.

- Como foi para os outros?
Tsurugi: Foi o mesmo com a guitarra. Também para as partes de guitarra, se você comparar com as músicas do passado, elas parecem papais, eu acho. Se tivesse sido antes, seriam partes limitadas pela fase de “dar uma atmosfera de visual-kei”. No entanto, através da remoção dos limites, eu acho que nós fomos capazes de incluir frases, que foram utilizadas por bandas de rock antigas também.
Mizuki: Até agora, eu fiz o apoio na maioria das vezes, nas composições das partes do Tsurugi, mas desta vez em algumas canções foi o oposto, pois a quantidade de partes para a gravação era grande. Isso não é exatamente incomum, mas se tornou inconveniente (Sorriso amargo). Até agora nós evitamos essas cosias, mas acho que acabamos nos desafiando de maneira diferente.
Aki: Para as canções eu toquei com cinco baixos diferentes, mas não queria mudar nada. Isso nega nosso processo atual, no entanto (Sorriso amargo)... O que quer que o Sadie se torne a razão para a existência de um baixista na banda não mudou. Então eu declarei o que eu ia fazer, e que tocaria piano em outras partes.
Mao: Na música ‘marionette’ que foi gravada no ‘Ice Romancer’, Aki tocou piano. Eu pensei que essa seria a palavra-chave na qual iria se apoiar a próxima criação de Sadie, portanto, nós também incluímos músicas que tinham piano no álbum. A iniciativa de adicionar um instrumento novo aos básicos faz sentir como se fosse uma coisa nova.

- Como foi para a bateria?
Kei: Quanto aos tempos, desta vez, eu tentei expressar tudo com menos quantidade do que necessário. Antes eu não via a importância das coisas, mas dado o clima das canções, a visão do mundo e a atmosfera de cada composição, o desafio para mim foi em como reanimar o fluxo para o seu melhor, dentro do menor valor necessário. Mas quando eu ouvi as composições, eu senti que estava bom daquele jeito. Mais tarde, quando eu escutei o ritmo e a atmosfera desejada, eu fiz o melhor que pude para chegar mais perto (das expectativas).

- Influenciado por este primeiro álbum, há uma turnê a partir de agora.
Aki: É uma parte muito eficaz e satisfatória, mas ainda há muitos elementos que definem Sadie. As músicas do álbum são centrais, mas também queremos adicionar músicas que possuem uma outra visão do mundo, que não estão incluídas no álbum. O que o público e a banda realmente vêem durante o show não se encaixam eu acho. (Esta última frase não faz sentido no contexto, para mim, mas assim está escrito em inglês).

Tradução para o português: Lauren

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