14 maio, 2011

Tradução: Entrevista do Mizuki para a Rock and Read #30 (Parte1)

1 comentários
inalmente a primeira parte da entrevista do Mizuki traduzida! Como a dele é beeeeeem maior que a do Mao, vamos ter que deixar mesmo dividida em 3 partes como a tradutora do japonês havia deixado já, porque acho que não dá prá ler tudo de uma vez só não rs

O Mizuki é tão feliz, hahahaha. Não tem como não ler essa entrevistas sem dar umas boas risadas.


Os créditos pela tradução do japonês são de kiniro-ageha.


P: A sessão de fotos de hoje foi bem casual, não? Certamente é diferente das faces que você costuma fazer nas outras revistas.
Mizuki: É algo que não é feito sempre, então eu espero ter mostrado mais do meu verdadeiro eu dessa vez. Eu acho que foi bem difícil.

P: Então é desse jeito que você normalmente sai para fazer compras e essas coisas?
Mizuki: Essa foi a primeira vez que eu fui a Omotesando (risos). E foi ótimo, eu não parava de olhar ao redor.

P: Então, Sadie é uma banda de Osaka e que atualmente está em Osaka também. Entretanto você nasceu em Shiga, não foi?
Mizuki: Sim. Shiga é no meio da região de Kansai, mesmo assim aquele lugar (onde eu cresci) era um mix entre natureza e aquela sensação de cidade grande. Para se comprar as coisas era preciso andar muito, mas quando andávamos na direção contrária era possível ir pescar ou pegar insetos enormes.

P: Então tendo crescido num ambiente como esse, que tipo de criança você era?
Mizuki: Eu era alguém muito tímido e reservado. Não era de sair muito e guardava tudo prá mim mesmo... Bastante maduro para minha idade (risos).

P: Exatamente como você é agora (risos).
Mizuki: Exatamente! (risos) Eu não era uma criança que se notava com facilidade no meio das outras na classe e também tinha mais amigas garotas. E como as meninas eu não tinha muitos amigos homens.

P: Então ao invés de sair para jogar Baseball você preferia brincar com bonecas como Lica-chan.........
Mizuki: Não, eu não fazia isso também (risos)! Mas, durante o tempo livre, enquanto os outros garotos iam correndo para o parque jogar futebol eu ficava na sala conversando com as meninas. Eu ficava escutando coisas como sobre quem elas gostavam e nós até jogávamos cards e tal. Mesmo assim, muitos dos garotos jogariam com cards de BRAGON BALL enquanto eu preferia colecionar cards de Sailor Moon (risos). E então trocava com as meninas. A que eu gostava mais era a Sailor Vênus, Minako-chan.

P: Então você tinha interesse nesse tipo de coisa, a ponto de gostar das personagens femininas. Você era entrosado com coisas mais femininas e gostava de coisas de meninas e tal?
Mizuki: Não era como se eu tivesse sido criado assim e eu também não gostava dos meninos desse jeito (risos)... Eu assistia DRAGON BALL e outros animes também, mas eu gostava do que eu gostava... E me perguntava porque acabou sendo Sailor Moon meu favorito.

P: Isso certamente pode ter sido influência de irmãs, não?
Mizuki: Não, porque eu só tinha dois irmãos mais novos. Eu fui o primeiro homem nascido na família.

P: Nesse caso não disseram à você que devia se comportar como um verdadeiro homem, já que era o irmão mais velho e devia ser um modelo (para os irmãos mais novos)?
Mizuki: Nossos pais não eram desse tipo. E depois, eu costumava brincar com meu irmão mais novo, que tinha a idade um pouco mais próxima a minha, e mesmo que a gente brigasse às vezes, não tinha muito dessa coisa de ‘irmão mais velho’. Provavelmente eu pareço muito mais um irmão mais velho agora do que naquela época. De alguma forma, eu sou mais vivo* desse jeito em casa agora.
* Acredito que ele esteja se referindo a ter mais “presença” quando está com a família, de ser menos reservado e tímido.

P: Então me parece que você usufruiu de um tipo de infância bem gentil. Você era mais do tipo de ficar em casa, quando se tratava de brincar, durante a época da escola?
Mizuki: Eu fiz os dois. Eu poderia passar um bom tempo jogando com nossa ‘super família computadorizada’ ou no PlayStation, e também com amigos que eu convidava prá minha casa. Mas eu também saía para jogar com eles no Game Center*. Naquela época os jogos da J-League** eram bastante populares e durante o 3º ano do primário*** eu tinha entrado no clube de futebol da escola. Eu praticava depois das aulas e acabei pegando a posição de atacante.
* Aqueles centros de jogos eletrônicos.
** Liga de Futebol do Japão
*** É tipo, a 3ª série.

P: Isso é surpreendente! Com a conversa que tivemos até agora e o lado que revelou sobre si próprio, eu imaginei que seria goleiro.
Mizuki: Certamente! (Risos) Mas por ser canhoto eu era de grande valor para o time nessa posição. E eu era bem alto também. Mas no fim, mesmo no futebol eu não era exatamente excepcional.

P: E nos estudos?
Mizuki: Ah nada bom mesmo. Eu estava meio que no meio do caminho, talvez um pouco acima, mas bem razoável. Então quando eu era chamado prá responder as perguntas eu era uma das crianças que nunca conseguia responder. Eu começava a gaguejar durante as leituras em voz alta na aula de língua estrangeira e não conseguia ter uma pronúncia muito boa. Eu ficava completamente vermelho.

P: Então você realmente não gostava de aparecer demais na frente dos outros, certo?
Mizuki: Isso era algo que eu absolutamente não conseguia fazer. Eu odiava coisas como cantar ou tocar um instrumento na sala. Os meus colegas de turma dessa época jamais poderiam imaginar que eu estou fazendo o que faço agora, eu acho. Mesmo, quando eles souberam disso (que eu estava numa banda) eles ficaram realmente surpresos.

P: Tipo “Esse cara está numa banda…???” (Risos) Então que tipo de música você costumava ouvir quando era criança?
Mizuki: Eu gostava dos ídolos quando estava no primário. Eu gostava de Namie Amuro ou MAX, e não porque eu era diferente. Era mais ou menos a mesma coisa com Sailor Moon (Risos) Mas no final, o que eu gostava mais era o SMAP*. Quando meus colegas de classe estariam escolhando algum personagem de anime, eu escolheria Katori Shingo**.
* SMAP é um grupo de ídolos (algo como uma versão masculina de Morning Musume), com 5 integrantes. Aqui você pode ler mais sobre eles e tal.
** Katori Shingo é um dos integrantes do SMAP.

P: Então você queria ser como Katori Shingo?
Mizuki: Sim, eu queria ser desse jeito. Eu realmente gostava dele e ás vezes eu praticava dançando sozinho em casa. Eu tinha aquele sentimento de que estava trabalhando duro, e tinha vezes que eu me gravava secretamente (dançando) em casa também.

P: Você dançava em casa, mas é claro que nunca dançava na frente dos outros, certo?
Mizuki: Absolutamente não! Meus amigos nem sabiam sobre isso. Talvez, eventualmente, meus pais soubessem (Risos).

P: Então mesmo que você admirasse Johnny’s* desse jeito, você não se destacaria mais do que isso a não ser que tenha terminado o primário?
Mizuki: Não, na verdade não. Isso apenas significava que eu não sairia muito e a maioria das pessoas com quem eu andava eram meninas, também. Isso realmente me deixaria distante dos garotos do ginásio. Eu iria o mais longe que eles pedissem, mesmo que não fosse uma garota**.
* Johnny&Associates é a agência de talentos a qual pertence o SMAP.
** Não sei se é isso que ele quer dizer, mas entendi que há grupos de meninos e meninas nas turmas e nenhum dos dois se misturam. De alguma forma, pelo menos no primário aqui, sempre tem aquele grupinho de meninas e o grupinho dos meninos.

P: Mas não era como se você ligasse muito de ser excluído por ter amigas garotas, não é?
Mizuki: Absolutamente não. Na verdade eu sempre fui meio lento nessa coisa de ter sentimentos por garotas (de um jeito amoroso). Quando olhamos alunos do primário agora, é a época em que eles começam a ‘namorar’. Ainda assim, mesmo quando eu já estava no ginásio, não havia muito, quase nenhum talvez, casais ‘namorando’. Mesmo que tivesse uma menina que eu gostasse, isso nunca evoluiu para nada no final.

P: Que tipo de garota era?
Mizuki: Entre os meninos era com certeza a segunda menina mais popular da escola. No ginásio nós éramos da mesma classe e ela era com quem eu conversava mais, só que daí parou no ‘gostar dela’ apenas. Você poderia chamar isso de primeiro amor?

P: Considerando sua idade, tudo o que tem agora é uma pálida memória, não?
Mizuki Bem pálida. Mas eu não poderia realmente fazer nada.

P: Então você estava em algum tipo de clube de atividades durante o seu período no ginásio?
Mizuki: Eu comecei como tinha feito no primário, entrando no clube de futebol. De alguma forma, eu deixei de gostar disso mais tarde e saí do clube logo após terminar o primeiro ano. Não era como se eu não tivesse me enturmado com os outros ou tivesse sofrido bullying por parte deles. Mas bem, depois disso, eu resolvi começar no hipismo.

P: …Hipismo?
Mizuki: Eu realmente gostava de cavalos naquela época. Eu comecei a jogar jogos sobre cuidar de cavalos e então eu me comecei a me interessar pelas corridas. Nos sábados, meus pais e eu íamos assistir corridas de cavalo em Kyoto. Nós sentávamos num lugar onde era possível ver bem a linha de chegada, que obviamente era o lugar onde todos queriam ficar, então acordávamos às 5 da manhã prá ficar na fila e assistíamos por volta de 12 corridas em um só dia e depois voltávamos prá casa. Durante o segundo e o terceiro ano do ginásio era assim que eu passava os dias. Naquela época, eu realmente comecei a pensar em ser um jockey.

P: Mesmo! Como os jockeys que montavam cavalos em corrida?
Mizuki: Sim. Mas, para ser aprovado nos exames e ser aceito na escola de hipismo eu certamente precisava saber montar um cavalo. Eventualmente eu entrei para a JRA (Japanese Horse Racing Associaton = Associação Japonesa Corrida de Cavalo), que tinha um bom número de estábulos no oeste do Japão, ao lado de Shiga, onde eu entrei para o clube de hipismo.

P: Mas montar cavalos custa bastante dinheiro, não?
Mizuki: Normalmente é assim mesmo. Durante um mês era cerca de 100,000yen (aprox. 2.000 reais), realmente uma atividade prá gente rica. Mas de alguma forma, no lugar onde eu estava era 10,000yen (aprox. 200 reais) por mês e em troca você deveria cuidar do cavalo por conta própria. Isso significava levantar às 5, despertar o cavalo, lavá-lo, lavar o lugar onde ele ficava no estábulo, cuidar das ferraduras. E depois de fazer tudo isso, a partir de mais ou menos 9hs eu poderia montar por durante 1 ou 2 horas. Era por isso que geralmente só os filhos de jockeys queriam ser como os pais. A hierarquia, a diferença entre o nível mais alto e o mais baixo era bem visível. Era um lugar onde as pessoas deixavam seus filhos para se envolverem com os cavalos e futuramente se tornarem jockeys, enquanto minha mãe me levava prá lá toda semana e eu realmente dava o melhor de mim... Mas no final eu não pude fazer o exame.

P: Por que? Você era muito alto?
Mizuki: Se tratando de altura não havia nenhum limite prá isso. Bem, naquela época ainda havia sim, mas hoje você pode ser tornar jockey mesmo se tiver 1m70. Mas bem, haviam limites para o peso corporal. Então, quando eu estava para realizar o exame durante o verão do meu terceiro ano no ginásio, eu estava acima do limite de peso permitido. Eu pedia aos meus pais prá levarem na piscina ou para a academia e limitava minhas refeições e tudo isso... Mas ainda assim eu não perdia 1 quilo sequer*. Eu chorava tanto...
* Bem, considerando a altura dele, não era como se ele fosse gordo... Só pesado demais de acordo com o tamanho ne XD

P: Para fazer o exame quam era o peso máximo exigido?
Mizuki: Abaixo de 42 quilos.

P: Abaixo de 42 quilos é muito até para uma menina! É bastante puxado, principalmente considerando que sua altura é bem acima do normal.
Mizuki: É sim. E depois de tudo eu sou bastante alto e essa parte me faz pesar um pouco mais. Mas como eu realmente queria ser um jockey, o choque foi bem grande. Eu fiquei deprimido por semanas depois disso.

P: Bem, se você realmente tivesse perdido esse 1 quilo, talvez não estivesse fazendo o que faz hoje, não é?
Mizuki: Bem, mesmo assim eu não saberia se teria conseguido passar no exame. E mesmo se tivesse, as escolas de hipismo são bastante rígidas. Tem muita gente que larga tudo em três anos. Quando eu penso nisso agora, mesmo se eu tivesse entrado na escola, acho que seria uma grande frustração.

P: Então ainda hoje você monta cavalos?
Mizuki: Não. Eu provavelmente esqueci tudo. Desde aquela vez eu nunca mais montei um cavalo, mesmo que eu possa de repente me lembrar de for tentar de novo.

P: Eu realmente gostaria de ver isso algum dia (Risos). Mas já que você estava planejando ser um jockey, você provavelmente não andou estudando muito, não é?
Mizuki: Absolutamente nada! Já que eu não tinha conseguido passar no exame, eu estava tão mal que não conseguia fazer nada e minhas notas caíram absurdamente. E enquanto todos estavam se preparando para os exames de admissão* eu só voltava prá casa e sem pensar em nada, passava o tempo ouvindo CDs.
* Esses exames são para entrar nas melhores escolas de ensino médio, onde eles são direcionados para a faculdade e tal.

P: Então foi nessa época que você realmente encontrou a música?
Mizuki: Na verdade, o motivo para isso ainda foi o SMAP (Risos). Naquela época, eu vi Kimuta Takuya* tocar Yozora no Mukou no violão e eu comecei a pensar que eu queria fazer aquilo também. Foi então que eu percebi como tocar um instrumento era muito mais legal, principalmente depois de vê-lo tocar Celery na guitarra. Então meu pai conseguiu um violão prá mim e eu ficava treinando as introduções dessas músicas.
* Outro integrante do SMAP.

P: E é claro que você não fazia isso na frente dos outros, certo?
Mizuki: É claro que eu só tocava em casa! Eu não deixava nem mesmo meus pais ouvirem e só tocava no meu quarto o tempo todo. Por causa disso eu só estudei para os exames de admissão durante duas semanas antes das provas. Durante essas duas semanas eu estudava em casa, mesmo sem ir prá escola e “BANG”, eu passei. Na escola, eles me disseram que isso era completamente impossível.

P: WOW……. Era realmente isso que eu pensei em dizer. Mas depois que o seu sonho de ser jockey foi destruído e você nem conseguia motivação para estudar, como conseguiu colocar tanta empolgação para estudar para os exames de admissão e no final ter conseguido passar para uma escola de ensino médio?
Mizuki: Meu melhor amigo do primário e ginásio, que também esteve no clube de futebol comigo, me pediu para entrar na mesma escolar que ele. Na nossa escola, desde o primário, eram sempre as mesmas pessoas. Basicamente, as pessoas que entravam no primário iam juntas para o ginásio. Dificilmente havia uma situação em que chegava alguém novo. E quando eu estive no clube de hipismo, onde só haviam pessoas que eu não conhecia, eu não consegui me enturmar. Então já que eu havia passado por essa experiência antes, eu sabia que se fosse para uma escola completamente sozinho, isso seria impossível (se enturmar).

P: Entendo. Então essa foi a razão para você querer ir para a mesma escola que seu melhor amigo, certo?
Mizuki: Isso. Os professores me disseram que essa escola (a que ele queria entrar) era pelo menos dois níveis acima do meu, então eles tentavam me persuadir a mudar de ideia todos os dias. Eu sabia bem que todos os alunos do país iriam prestar esse exame e que eles não aceitavam todos. Mas eu também sabia que seria impossível não ir prá lá com melhor amigo. Eu até disse isso prá minha professora, que eu só podia ir para aquela escola. Então eu não fui ao colégio durante duas semanas e fiquei em casa estudando feito louco.

P: Mas foi bom, que você conseguiu se superar assim, certo? No final foi sua determinação em não ir para uma escola onde não conhecia ninguém que o fez estudar. Foi essa extrema timidez. Você odiava tanto assim ter que lidar com os outros?
Mizuki: Basicamente, eu não falava com pessoas com quem não estava acostumado. Eu nunca poderia começar uma conversa se não tivesse acostumado com essa pessoa. Mas os meus pais me disseram que eu era totalmente o oposto na pré-escola*. Aparentemente, eu era uma criança que falava com todo mundo. Eventualmente isso mudou quando eu entrei no primário.
* Acho que seria considerado como maternal.

P: Por quê?
Mizuki: Eu não me lembro de nada dessa época, então eu não sei. O máximo que eu lembro é que sempre fui tímido e odiava apresentações. Mesmo assim, no 4º ano do primário, eu participei de uma peça sobre Sailor Moon no Festival Cultural. Mas, como a pessoa responsável era bastante criativa, decidiu fazer a peça só com os meninos ao invés de meninas. Então com isso, o professor escolheu alguns alunos e eu estava no meio deles. Talvez aquilo fosse só para os outros darem risadas e ele pensou que precisava escolher alguns garotos que fossem um pouco mais andróginos.

P: Isso não foi de certa forma bom? Afinal, você gostava tanto de Sailor Moon ao ponto de colecionar cards (Risos).
Mizuki: Mas isso era completamente diferente!!! Eu quase nem gostava mais disso. Mas foi sorte minha a Sailor Mercúrio ser uma personagem um pouco mais madura, porque seria impossível fazer a Sailor Júpiter ou Sailor Marte.

P: Ok, vamos voltar a o assunto anterior (Risos). Depois que você alcançou seu almejado objetivo e ultrapassou seus limites, não foi um pouco complicado depois que você entrou na nova escola?
Mizuki: Totalmente! Como era uma escola especializada, nós tínhamos prova todos os dias. Por exemplo, numa folha com 100 kanjis, se você errasse mais de 8 estaria reprovado no teste. E então teria que fazer o teste repetidamente até acertar todos. Além disso eu não tinha tempo prá nenhuma atividade fora da escola. Eu saí até do clube de futebol logo no primeiro ano. Estudar consumia tanto tempo que chegou a atrapalhar as atividades do clube. Certamente eu mal podia fazer alguma coisa com outras pessoas (Risos). Ainda hoje eu saio com alguns amigos do clube de futebol. Entrar com meu melhor amigo naquela escola me fez eventualmente conhecer mais gente também.

P: Então assim que chegava em casa você ia tocar guitarra, certo?
Mizuki: Sim, eu ia. Como eu tinha começado a tocar guitarra no ginásio eu conseguia tocar muitas coisas por ter estudado muitas cifras. Naquela época eu costumava ver GLAY ou L’arc~em~ciel na TV e ficava pensando que música era uma coisa muito legal. Com isso, eu ganhei minha primeira guitarra elétrica durante o primeiro ano do ensino médio. Eu a ganhei do meu avô, era uma Fender e um amplificador, o mesmo modelo que o Sakurai-sama do Mr. Children usava (risos).

P: Sailor Moon era popular, SMAP era popular e você parecia do tipo que gostava dessas coisas que estavam na moda.
Mizuki: Eu certamente gostava de estar na moda. Mas nessa época eu costumava tocar Laruku e GLAY em casa, junto com um outro amigo meu da escola que também tocava guitarra. Mas nunca havia passado pela minha cabeça montar uma banda e tal.

P: Quando exatamente surgiu então a idéia de tocar em uma banda?
Mizuki: Foi no ensimo médio, quando meu melhor amigo me emprestou um CD. Ele disse “isso é ótimo, então escute” e me deu o album GAUZE do Dir en grey. Mas no início eu não gostei nem um pouco daquilo. Eu não gostava das bandas que usavam tanta maquiagem, nem de músicas agressivas, eu simplesmente não conseguia ouvir essas coisas. Eu comecei a ouvir as músicas mais cativantes, tipo Yokan, então, eu pegava as cifras das músicas e ficava praticando... E antes mesmo de perceber eu acabei começando a gostar das músicas berrantes também. E comecei a gostar bastante da banda também.

P: Misterioso, não?
Mizuki: Talvez eu só tenha compreendido a grandiosidade daquilo tudo. Bem, na mesma época, Janne D’Arc e Pierrot haviam entrado no ranking*, então eu comprei CDs deles também. Eventualmente eu fui a um show de Dir en grey no Osaka Kousei Nenkin Kaikan. Eu nunca esqueci desse dia; enquanto os outros garotos iam prá escola sem esperar por algo muito surpreendente naquele dia, o amigo que me emprestou o CD e eu pedíamos desculpas por sair cedo e íamos de trem para Osaka. Daquele dia em diante... Foi só “ROCK ON!”.
* Acredito que ele esteja se referindo ao ranking da Oricon aí.

P: O que foi que mais cativou você?
Mizuki: Tudo. A performance, a perspectiva musical, ver aquilo tudo a olho nu era tão diferente de quando eu escutava o CD, era muito mais chocante. Foi então que eu comecei a penar que “Bandas são legais!” e “Eu quero tocar numa banda também.”. dali em diante eu quis conhecer mais sobre as bandas de Visual Kei e comecei a ouvir Due Le Quartz, que eu descobri pelas revistas que lia. Certamente, uma das primeiras coisas que eu vi sobre a banda foram as fotos de uma edição especial da BAND Yarouze! (Vamos formar uma banda!)*. Naquela época eu pensei “MIYAVI é muito legal”. As músicas que vieram no CD junto com a revistas eram ótimas também, e eu comecei a colecionar os CDs da banda e ir em shows e eventualmente entrei para o fã-clube também (risos). Quando se trata do nome que eu uso, Mizuki (美月), prá falar a verdade, o “Mi (美)” veio do “Mi” do MIYAVI-san. Quando eu penso sobre isso agora, não tenho exatamente certeza do porque tinha quer justo “Mi” (risos).

P: Isso não torna as coisas mais complicadas?
Mizuki: Sim, sim, faz sim! (risos). Mas no final, não existem muitos kanjis com a leitura “mi”. Então para encaixar algo que fizesse sentido, eu peguei o “Tsuki (月)” de “Kazuki (華月)”, o guitarrista do Raphael. Eu realmente gostava de Raphael e ouvia muito os CDs deles, e foi nessa época que Kazuki faleceu... O que foi um choque muito grande prá mim também. E com isso eu decidi que se ia formar uma banda, eu teria que colocar o “月/Tsuki” em meu nome. Foi depois disso que eu coloquei o “Mi (美)”, e desde então eu fiquei com esse nome*.
* Explicando um pouco melhor, o “zuki” de “Mizuki” é tipo uma contração de “tsuki”. Alguns kanjis quando são lidos juntos mudam o som, como no nome dele. Ao invés de você ler e falar Mitsuki, fica Mizuki, mas o significado do kanji continua o mesmo. Aliás, se for traduzir o nome dele seria algo como “beleza da lua” ou “lua bonita”. Esse “tsuki” aí é de lua e o “mi” é de beleza.

1 comentários:

  1. Ah, que lindo! *-*
    Eu ri do negócio da Sailor Moon, tenho impressão de que ele teve uma infância mais "afeminada" que a minha KVDOASKSPOA.
    Obrigada por postar a entrevista! ♥♥

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