28 maio, 2011

Tradução: Entrevista do Mizuki para a Rock and Read #30 (Parte2)

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Segunda parte da (longa) entrevista do Mizuki. Agora falta só mais uma parte e não deve demorar tanto assim (talvez rs).

Talvez dê para arrumar os scans das fotos dele na revista, então futuramente postaremos aqui. E se conseguirmos, também postaremos as do Mao.



P: Se considerarmos o seu gosto em bandas e as histórias de sua infância, você era bastante indeciso e atraído por coisas mais femininas e bonitas, não?
Mizuki: Era por isso que eu era isolado na escola. Ao meu redor, a pessoa que me emprestou o CD (do Dir en grey) era o único garoto que gostava de Visual Kei e uma das poucas pessoas que tocava algum instrumento. Sendo a pessoa tímida que eu era, não podia simplesmente dar o primeiro passo e sair procurando por outros membros prá uma banda, sozinho. Eu sabia disso e não estava disposto a formar uma banda por conta própria, então eu pensei sobre ficar apenas praticando e eventualmente comecei a escrever algumas canções assim. Com um ritmo simples e um equipamento barato, eu podia só colocar as partes de guitarra na música. Eu também não era bom cantando, então esse amigo do clube de futebol do ginásio era quem cantava as músicas prá mim. Ele tinha ido prá uma escola diferente e era realmente bom cantando. E essa foi meio que a primeira canção que eu escrevi na minha vida. Era bem cativante, com o ritmo do refrão começando a música, meio que uma faixa suave de Visual Kei.

P: E você… Não deixaria ninguém ouvir isso, certo?
Mizuki: Não, eu não deixava (Risos). Os únicos que ouviram essa música foram eu, o cara que cantava e um outro amigo do ginásio, que também tocava guitarra. Nós não fazíamos shows também e estávamos satisfeitos só em fazer músicas desse jeito. Mas, daí em diante, nós começamos a fazer um grande número de músicas. No final do ensino médio, esses amigos e eu fomos a um estúdio algumas vezes, mas nós só estávamos juntos por causa dos instrumentos que tocávamos, mas nossos gostos eram completamente diferentes. Eu era o único que gostava de Visual Kei, então não formamos uma banda ou algo assim. Mas mesmo assim, eu já tinha decidido que depois que eu me graduasse eu não entraria para uma faculdade, mas sim iria formar uma banda. O meu objetivo tinha mudado depois do festival cultural daquela época.

P: Que originalmente era (o objetivo)?
Mizuki: Quando eu entrei para o ensino médio, eu queria ser professor de uma escola. Eu gostava de crianças e enquanto eu escutava uma amiga da minha mãe, que era professora, falar sobre isso, eu comecei a pensar que eu queria tentar e fazer isso também.

P: Bem... Mesmo que você não era do tipo de suportar ficar na frente das pessoas...?
Mizuki: Bem, sim. Mesmo assim eu queria tentar (Risos). Além disso, no segundo ano do ensino médio, as classes eram divididas, e assim eu poderia entrar para o departamento de educação e me preparar para fazer o vestibular para o curso de Humanas. Foi por essa razão também que eu estudei bastante. Mas nesse segundo ano do ensino médio quando, junto com as turmas do terceiro ano, nós participamos do festival cultural tocando como uma banda, foi então que tudo mudou.

P: Mesmo com sua timidez você decidiu se apresentar com uma banda na frente das pessoas?
Mizuki: Claro que eu me recusei no início. Mas eu fui insistentemente persuadido. Então, durante o Festival Cultural, tinham umas dez bandas, mas eles só tocavam bandas como DRAGON ASH ou High Standard e só uma tocou músicas do Dir en grey. E inesperadamente não foi nem um pouco embaraçoso prá mim; na verdade eu até que gostei bastante. Mesmo que para todos eu ainda fosse alguém que não se sentia bem em aparecer demais e não conseguia falar na frente dos outros, eu era alguém muito mais interessante quando estava no palco, pelo que pareceu. Eu surpreendi até meu professor que disse que eu estava “bastante agressivo” no palco. Foi nesse momento que eu pensei que tocar numa banda no futuro. Até então, teria sido completamente impossível prá mim ficar na frente de centenas de pessoas, mas com uma banda, eu era capaz de olhar adiante e me sentir bem fazendo isso. E assim, eu parei de estudar completamente depois desse festival.

P: A pessoa reservada e tímida que não conseguia olhar os outros nos olhos, percebeu como poderia se expressar estando em uma banda. Entretanto, dentre se tornar hipista ou professor ou até mesmo estar em uma banda, os seus sonhos não eram um pouco completamente diferentes um dos outros? (Risos.)
Mizuki: Eles basicamente não tinham nenhuma conexão (Risos). Bem, mas com a decisão de tocar em uma banda, minhas notas caíram o máximo que podiam cair. De alguma forma, no inglês eu ainda continuava sendo o melhor.

P: Huh? E por que isso?
Mizuki: Eu não sei. De alguma forma, mesmo sem estudar eu conseguia entender. Então, enquanto nas outras matérias minhas médias desceram para 0, a turma foi dividida de acordo com as notas e o Inglês me levava do último lugar para o penúltimo. Tinha um total de oito turmas, onde apenas duas eram de pessoas que não queriam ir para uma faculdade, e eu estava no meio deles. Eu acabei brigando com meus professores por causa disso.

P: Afinal, eles precisam manter uma aparência para as faculdades e é claro que eles gostariam de manter a média da escola em 100%.
Mizuki: Sim. Eles me disseram milhões de vezes que era como se fosse uma falha da escola se os alunos não entrassem numa faculdade. De qualquer forma eu insisti com o “Eu quero tocar numa banda!”, mas a razão de eu não poder continuar na escola foi porque eu precisava continuar com o negócio da família. Afinal, meus pais tinham aberto seu próprio negócio.

P: E isso não foi descoberto como sendo mentira uma vez que eles perguntarem sobre isso aos seus pais?
Mizuki: Bem, não, porque meus pais já sabiam que eu não queria ir para a faculdade. Nossos pais eram bem gentis conosco em casa. Especialmente minha mãe, que veio de uma família um pouco menos ‘sortuda’*. Ela sempre dizia “Eu quero que meus filhos façam o que têm vontade”. Ela fazia nossas vontades.
* Acredito que ele quis dizer aí que ela não pôde ter tipo a mesma liberdade qe dava pros filhos, de poder fazer o que quiser.

P: Seus pais sempre foram bem legais, não? Os seus professores entenderam isso (o fato dele não querer entrar numa faculdade)?
Mizuki: Nem um pouco. Eles disseram que eu deveria tentar a prova mesmo que eu não fosse aprovado, e eu acabei fazendo no final. E então eu entreguei uma prova em branco. Eu meio que desperdicei o dinheiro da taxa de inscrição fazendo isso (Risos). E ainda teve uma universidade budista em Ritsumeikan, além de outras três ou quatro universidades prá onde eu fiz prova. E com o resultado, que eu tinha sido reprovado em todas elas, eles meio que me deixaram de lado.

P: Isso é meio cansativo... Bem, então, depois que você se formou no colégio, por favor, nos conte , como que você enfim começou suas atividades em uma banda?
Mizuki: De qualquer forma, eu sabia que não poderia continuar morando em Shiga, muito menos mudar prá Kyoto ou Tóquio. Em qualquer lugar que eu tivesse ido, eu sabia que ia precisar de dinheiro então eu comecei a juntar primeiro. Então, quando eu me formei, eu comecei a trabalhar em uma construção e consegui juntar 100,000 Yen. Durante esse tempo, o amigo que cantava as músicas que escrevia e eu, começamos a pensar em formar uma banda juntos. E logo que ele começou a pensar em trabalhar e ir morar em Osaka, eu já tinha bastante dinheiro e decidimos morar juntos.

P: Em Osaka?
Mizuki: Sim, Osaka. Mas como ambos éramos de Shiga, nós não sabíamos nada sobre o estilo de vida em Osaka! Mas então, começamos a pesquisar em revistas, e enquanto líamos sobre a Nishikujou Brand New (uma casa de shows), pensamos que ali seria o início de tudo e fomos a um show. Lá, recebemos um itinerário onde no verso tinha escrito “procurando por bandas para se apresentarem”. Então juntamos todas as músicas que tínhamos gravado e foi assim que eu comecei minhas atividades em uma banda. Mesmo que ainda não houvesse outros membros (Risos).

P: Naquele momento, só havia guitarrista e vocalista certo?
Mizuki: Mesmo naquele show que fomos sempre tinha um tipo de bateria tocando mesmo sem um baterista, e parecia que estava tudo bem desse jeito. Nós pensamos que se começássemos desse jeito, mais tarde encontraríamos outros membros também. Não tínhamos nenhum contato em Osaka e não conseguimos achar outros membros, mas como essa união dava certo, fizemos nosso primeiro show.

P: Para o tímido Mizuki, que havia acabado de começar no ramo, foi um primeiro passo bem ousado, certo? (Risos) Por favor, nos diga quais foram suas impressões sobre o seu primeiro show.
Mizuki: Ah, bem, nós não tínhamos experiência alguma. Claro que todos os fãs eram nossos amigos. Mas uma vez que aquela era nossa primeira experiência, ficamos prestando atenção em todos os caras no ensaio e também não fazíamos idéia de como eram as coisas em uma casa de show ou algo assim. Resumindo, nós só chegamos lá e fizemos o show (Risos). Inesperadamente as reações foram muito boas. Quando estávamos prestes a voltar prá casa, havia umas cinco ou seis pessoas perguntando quando seria nosso próximo show.

P: Essa dupla de vocês era Visual-kei?
Mizuki: Sim, era Visual-kei. Mas os gritos nas músicas eram bem raros e o som era meio brilhante* (Risos). Então logo depois de um show no Brand New, nós conseguimos uma gravadora e um outro guitarrista se juntou a nós. Entretanto, quando estávamos prontos para começar com três pessoas... Nosso vocalista decidiu se mudar para Nagoya. Coincidentemente quando estivemos visitando Nagoya, ele pareceu gostar muito de lá. Como o vocalista e eu fomos amigos desde o ginásio, eu fiquei realmente chocado quando ele me contou sobre isso, e eu realmente não conseguia pensar em nada... Mas no final tudo o que eu consegui dizer foi “Eu entendo”.
* Acho que ele quis dizer como algo um pouco mais “alegre”.

P: Você o perdoou por ter ido para Nagoya, já que era do tipo que colocava os sentimentos dos outros sempre a frente dos seus.
Mizuki: De qualquer forma, até então nós estávamos morando juntos e claro que o aluguel ia ficar muito caro prá pagar sozinho, o que me fez voltar prá casa dos meus pais temporariamente. Nosso outro guitarrista também foi para outra banda, então eu acabei escrevendo em uma página da internet que estava procurando por membros para uma banda. E no final eu recebi um email bem duvidoso.

P: O que dizia?
Mizuki: Primeiro de tudo, não havia nenhum nome escrito. O primeiro dizia: “Procuramos um guitarrista. Por favor, entre em contato conosco.” Eu respondi o email e a resposta foi: “Por favor, ligue para este número!”

P: Isso é assustador! (Risos) Normalmente você apenas ignoraria esse tipo de email, não é?
Mizuki: Eu pensei nisso, também. Mesmo assim, não importasse o que fosse, eu queria estar numa banda. Eu tinha conhecido um certo número de pessoas, mas não havia ninguém com quem eu realmente desejasse estar. E mesmo que aquele email fosse meio suspeito sem ter um nome escrito, eu fiquei também curioso. No final eu acabei ligando… E então essa pessoa atendeu o telefone.

P: E essa pessoa poderia ser, talvez…

Mizuki: Era o Mao-san. Como sempre, falando rápido demais prá entender (Risos). Ele disse “Meu nome é Mao e eu era vocalista de uma banda chamada SELFRUSH, mas agora estamos procurando por um guitarrista. Se estiver tudo bem podemos nos encontrar e conversar melhor sobre isso, ok?” E com isso nos encontramos pela primeira vez em Osaka. Eles pareciam um pouco apressados para encontrar um guitarrista e realmente qualquer um teria servido. Mais tarde eu disse isso também “Agora que eu sou parte da banda eu posso dizer isso agora, mas realmente qualquer um teria servido ne?” (Risos).

P: Mas já que eles queriam formar uma banda em Osaka e provavelmente havia muitas pessoas disponíveis, não houve uma razão para eles terem escolhido você então?
Mizuki: Já que o Mao queria fazer isso com seriedade, ele procurou por uma banda de Osaka pelo VisuNavi*, que era um padrão naquele tempo. Se o seu nome não estava no site, então significava basicamente que você não levava a sério o negócio de estar numa banda. E se você olhasse a parte as bandas de Osaka, o meu nome estava lá no topo e já que eu estava sozinho eles resolveram me chamar. Bem, quando nos encontramos a primeira vez, ele falou sobre em que tipo de bandas já esteve antes e que tipo de banda ele gostaria de formar e como as coisas funcionavam para ele, de maneira bem detalhada e com muita certeza do que estavam fazendo. Mao-san já esteve em outras bandas de Osaka e lembrava de tê-lo visto em pôsteres antes, e como ele parecia realmente sério quanto a isso, eu pensei que poderia funcionar. Mas mesmo assim... Eu não sou do tipo de pessoa que pode simplesmente dizer “OK” (Risos). Então sem eu efetivamente dizer “OK”, nos encontramos uma segunda vez e eu levei minhas próprias músicas. Com aquilo, eu pensei que poderia mostrar que estava realmente entusiasmado com a idéia e deixaria que eles decidissem por mim.
* Acredito que ele esteja falando desse Visunavi.

P: Em ocasiões importantes como essa, é um pouco ruim mostrar um lado tão tímido quanto o seu, não acha?
Mizuki: Mas foi realmente assustador! Naquela época, Mao-san tinha muitos piercings aqui e ali e, acima de tudo, eu ainda era uma pessoa tímida. Então quando nos encontramos uma outra vez ele me perguntou se eu iria aceitar ou não e eu fiquei meio “Ah, sobre isso...”, deixando claro que ainda estava em dúvida. Alem do mais, como eles já tinham outros membros, Aki-san foi a segunda pessoa que eu conheci num desses encontros. E naquele tempo, eu dizia a eles que iria levar minhas músicas e os fazia escutá-las. Pensando nisso agora, foi um encontro bem estranho, não? (Risos)

P: Se você quiser chamar de estranho, chame, se quiser chamar isso de destino, chame de destino.
Mizuki: Sim, provavelmente. Até então eu não tive nenhum contato com os outros membros. Todos já tinham experiência e só eu que não. Já que a minha “carreira” foi um pouco diferente por estar em um tipo de ‘dupla’ e não realmente em uma banda, eu precisei começar do zero, aprendendo tudo de novo. Até porque, no final, eu realmente não sabia nada. Acima de tudo, eu me juntei a uma banda que tinha uma certa organização... Por exemplo, como cumprimentar os outros e como iríamos distribuir nossos pôsteres pelo Japão. Eu não fazia idéia de como essas coisas aconteciam e também havia outro guitarrista. Bem, Tsuru-chan era alguém fácil prá se conversar, mas os outros membros* já se conheciam e é claro que eu me senti um pouco deslocado. Foi bem difícil prá eu me sentir realmente confortável ao redor deles.
* No caso, Aki, Mao e Sora (o antigo baterista).

P: Então além de lidar com os outros membros, você também precisava enfrentar as pessoas das casas de show. Quando se está em uma banda, é extremamente necessário que haja uma boa comunicação entre os membros desde o início. Considerando sua personalidade naquele tempo, foi muito difícil prá você?
Mizuki: Foi realmente difícil prá mim. Por exemplo, antes de realmente nos apresentarmos como banda, eu, Mao-san e Aki-san fomos assistir a um show de uma banda mais antiga da nossa agência, DoremiDan. E para completar, no final do show nós saímos todos juntos, mas então, eu não conhecia ninguém do DoremiDan. Primeiro, eu fiquei pensando assim: “Aquele sentado no meio é nosso empresário, então você deve manter sua atenção totalmente nele!” Eu fiquei surpreso quando eventualmente me disseram isso. Pensando bem, agora eu entendo a regra de que ‘você deve se enturmar com as pessoas por conta própria’, mas naquele tempo eu não tinha idéia de como fazer isso e só fiquei sentado lá sem fazer nada. Naquele momento, o baterista deles, Reika-san, falou comigo e me perguntou o que eu estava fazendo. Então depois disso, Mao-san e Aki-san me disseram que aquilo tinha sido muito ruim e me disseram o que mais eu não podia fazer nessas ocasiões.

P: Naquele tempo, Mao-san e Aki-san foram como professores para você, não?
Mizuki: Eu acho que só estava com medo. Bem, como era da minha natureza, eu não conseguia fazer as coisas por conta própria, mas pior do que isso, eu acabava não conseguindo fazer as coisas que eu precisava fazer. Por exemplo, quando estávamos ensaiando ou fazendo músicas, eu não podia ignorar o vocabulário profissional* e eu ficava pensando o quanto isso era difícil, então eu estudei muito prá conseguir aprender mais.
* No Japão existe um tipo de linguagem formal que você usa com seus superiores ou seus pais e outra ‘informal’ que você usa no dia a dia com os amigos. Tecnicamente ele quis dizer que não podia falar com as pessoas dentro dessa área profissional com o mesmo tipo de linguagem que ele usa prá falar com os amigos. Não é muito diferente do que acontece aqui, no final XD

P: Mas mesmo que estivesse com medo e sendo tímido desse jeito entre as pessoas com as quais precisava se relacionar, você eventualmente conseguiu fazer as coisas fluírem, não foi?
Mizuki: Bem... Quando eu fiquei sozinho procurando por outras pessoas, aquele vocalista, que tinha ido prá Nagoya estava aparecendo nas revistas e tal. E enquanto eu ainda não conseguia formar uma banda e me desesperava cada vez mais, ele continuava a progredir. Vendo isso eu me sentia muito mal. Afinal ele tinha sido meu melhor amigo, o que tornou as coisas ainda mais difíceis. Quando eu fui a um show dele, tinha um grande número de fãs lá também. E mesmo que tenhamos conversado após o show, ele já estava me olhando com um jeito de superioridade (Risos). Isso foi bem difícil prá mim principalmente porque eu queria ter minha própria banda o mais rápido possível. E quando o Mao-san me falou sobre sua decisão firme de começar uma banda eu só pensei “vou correr esse risco!”.

P: E então essa se tornou sua motivação para formar uma banda. Mesmo assim, o sucesso trouxe você até onde está hoje. Mas, quando se pensa nesses cinco anos que passaram desde o seu primeiro show com o Sadie, qual foi o ponto de partida de tudo isso?
Mizuki: Uhm… Eu não tenho certeza se está tudo bem em falar sobre isso. Mas depois da nossa formação as coisas correram bem. Nós rapidamente nos movemos e lançamos nosso primeiro single, “Kokui no shitano yokubou to, kunou no hate n imita hyakkei no yuritachi” (lançado em Julho de 2005) numa velocidade incrível. E com aquele CD pronto para ser vendido no lugar onde faríamos nosso show, nós fomos para a Brand New... Mas as coisas não saíram conforme tínhamos planejado. Particularmente falando, durante aquele período, eu tinha acabado de terminar com minha namorada e como estávamos morando juntos eu fiquei sem casa. Com isso eu fui morar com Mao-san por quase um ano, praticamente. Claro que Mao-san também estava preocupado se conseguiríamos fazer um bom show, e nós dois não víamos nenhum futuro tocando naquele palco (da Brand New). E depois então, também ouvimos aquelas palavras que nosso empresário nos disse.

P: Quais foram essas palavras?
Mizuki: “Do jeito que vocês estão agora, não parecem nem um pouco reais. Vocês não demonstram nada e ninguém sabe aonde querem chegar. Tentem e sejam reais ao menos uma vez!”. Bem, o primeiro que ouviu isso foi Mao-san, é claro. “Não é sobre sonhos e utopias, você precisa transmitir as emoções reais desse momento quando estiver cantando e você tem que escrevê-las e colocá-las prá fora”. Por essa razão, nosso segundo single, 溺哀 -dekiai-, estava completamente diferente se tratando de qualidade quando comparado ao primeiro. É claro que nenhum deles estavam mesmo muito bons e quando escuto aquelas músicas hoje em dia, me faz pensar o quão ruim eles realmente eram. Ainda assim, a realidade que expressavam, o desespero e a força de viver eram completamente diferentes. Eu acho que esse foi o nosso ponto de partida.

Créditos pela tradução do japonês: kiniro-ageha

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