30 maio, 2010

Tradução: Entrevista h'evn another side vol.014 (Mao)

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Todos eles tinham entrevistas nessa edição da revista, mas só consegui a do Mao. Não lembro quem traduziu para o inglês mas assim que achar coloco os créditos.



Q: Quando você era criança, em que ocasião teve seu primeiro contato com a música?
Mao: Como o hobby dos meus pais era música nós tínhamos um violão em casa, e no passado meu pai fazia música em instrumentos de metal e também tinha um clarinete. Numa casa em que alguém gostava de jazz e a música de fundo era sempre jazz, nós tínhamos inúmeros cds do gênero, então eu cresci numa família com um ambiente onde a música e seus instrumentos eram coisas bastante naturais. Mas naquela época eu odiava jazz porque quando era pequeno eu gostava de ouvir as músicas de anime ou aquelas que tocavam na tv. Então a primeira vez que realmente tive contato com a música foi com o irmão mais velho dos meus primos. Quando fomos para a casa deles, ele tinha uma guitarra. Desse dia em diante eu fiquei pensando “também quero uma guitarra”. Meu primo era basicamente o motivo de eu querer as coisas, não importava o que fosse. Eu era do tipo de criança que persuadia os pais dizendo que queria a mesma coisa que meu primo. E como ele tinha essa guitarra, eu queria uma também.

Q: Você ganhou imediatamente?
Mao: Eu tentei fazer uma aposta, então eu poderia ganhar quando tirasse uma nota boa. (Risos) Então eu finalmente ganhei a guitarra quando estava no colegial.

Q: Então o primeiro instrumento com qual você teve contato foi uma guitarra?
Mao: O meu primo tinha me dito “antes de comprar isso eu pratiquei com um violão”, então eu pensei “hey, nós temos um violão em casa” e tentei tocar, mas era um pouco diferente do que eu queria. Eu disse que queria uma guitarra naquele momento e ao mesmo tempo prometi me esforçar mais nos estudos.

Q: Quando você pensou em formar uma banda?
Mao: Meu primo também me influenciou nisso. Eu tive contato com a música das pessoas que foram os ‘sempais’ dos pioneiros da indústria que hoje chamamos de visual kei. Então, quando ia a uma loja de cds, antes de tudo eu tinha a sensação de que teria de decidir por mim mesmo se era legal ou não ir comprar esses cds sem usar um casaco legal, maquiagem e um cabelo chamativo.

Q: O que fez você mudar da guitarra para os vocais?
Mao: Minha opinião sobre os vocalistas nacionais era “Eles são esse tipo de pessoa” e possivelmente eu ficava pensando “Vocês são mesmo vocalistas?”, mas na banda que eu participei durante o tempo em que era guitarrista, nós fomos filmados e quando eu me vi nas gravações tocando guitarra em um show, os pensamentos que me ocorreram foram que de que a composição visual da banda era ruim. De alguma forma, eu acabei sendo o menor deles e como todos eram muito altos, parecia uma coisa meio desequilibrada. Eu queria uma atmosfera equilibrada em uma banda. Mais tarde, uma parte de mim se tornou consciente dos meus limites como um guitarrista. Nesse mesmo tempo um amigo me disse que eu deveria desistir porque eu não me tornaria melhor do que aquilo e que a imagem da banda não era boa. Naquela época várias pessoas queriam montar uma banda, e, fosse dentro ou fora da escola, muitas bandas não tinham um vocalista. Então num dia eu me senti como “Ah, vou fazer uma mudança” e comecei a cantar. Quando realmente me tornei um vocalista acabei pegando gosto pelos aplausos e pelos olhares das pessoas que me viam no palco. Pode parecer estranho, mas eu pensava “isso é delicioso!” (risos). Hoje eu não faço mais as coisas por pura impulsividade, mas foi assim que me tornei um vocalista.

Q: O que você fez durante o tempo em que esteve pensando sobre sua carreira?
Mao: Eu era muito indeciso. Era do tipo de pessoa que dizia “eu quero fazer isso, mas também quero fazer aquilo”. Eu tinha uma banda, mas também fazia outras coisas que gostava de fazer, mas quando decidi me concentrar na carreira, a banda se separou... Assim acabei perdendo a banda que tinha em minha cidade natal. Nessa época eu queria ter alguma conexão com a beleza, mas no meio dos acontecimentos sobre decidir ou não minha carreira meus pais acabaram sendo contra isso (a carreira de músico). Meus parentes faziam parte da elite, então me disseram que eu deveria ao menos cursar a universidade. Então durante o colegial coloquei na cabeça que queria estudar fora do país, e fui estudar na Inglaterra. Mas sem nenhum aviso prévio, larguei a universidade e voltei para o Japão.

Q: Por estar estudando fora do país, sentiu que algo mudou em você?
Mao: Sim, eu acho que sim. Até então eu caminhei com segurança desde o primário, secundário, colegial (*) e a universidade sem tirar os pés do chão uma única vez. Pensei que essa era uma vida em que ou eu deveria parar de esticar minhas mãos para alcançar o que queria ou parava de estudar.

* Não tenho exata certeza se é isso mesmo, mas seria primário (1ª, 2ª, 3ª e 4ª séries), secundário (5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries) e colegial (ensino médio – 1º, 2º e 3º anos).

Q: Essa é a sua verdadeira natureza não é?
Mao: O tempo em que eu estive na Inglaterra e quando voltei depois, eu vivi uma vida bastante normal que parecia muito tranqüila para que eu lutasse pelo que queria, mas eu voltei pra casa acreditando que eu podia passar por qualquer coisa dizendo “Como eu não preciso de nenhuma ajuda, eu vou parar de estudar e seguir em frente.” E eu disse aos meus pais: “Só porque eu vou montar uma banda, vocês podiam parar de cuidar de mim como se eu fosse uma criança só por um momento?”, e eles disseram “Nós entendemos” e aprovaram a idéia. O meu pai mesmo, queria tocar clarinete. Mas meu avô foi contra e ficou com muita raiva dele, então ele não pôde fazer o que quis. Ele disse: “Tudo bem se você quer tentar, eu acho”. A partir daí eu realmente comecei a pensar com seriedade em montar uma banda. E então, aqui estou eu, como vocalista do Sadie.

Q: Qual o fascínio em ser um vocalista?
Mao: Existem vários tipos de banda assim como vários tipos de vocalistas, existem pessoas que conseguem cantar com uma voz muito aguda sem sair do tom, eles conseguem cantar de maneira realmente bonita. Nunca achei que eu era bom cantando. Mas eu tinha aquele pensamento de que nunca deveria perder para outras pessoas. Eu canto colocando os meus sentimentos na melodia, as letras que escrevo falam de coisas pelas quais já passei, não é como um diário, mas eu escuto a tristeza do meu coração e é bom quando as pessoas compreendem isso e tomam uma iniciativa, é assim que eu penso. Acho que meu fascínio (em ser um vocalista) é que existem horas em que posso simplesmente colocar pra fora os meus sentimento, é algo que eu consigo fazer bem quando se trata de algo natural.

Q: O que é a música para você?
Mao: Se eu tivesse que descrevê-la em uma única palavra, acho que não conseguiria pensar em nada que se encaixasse melhor do que “lavagem cerebral”. Como se trata de música, ela inclui seus sentimentos e suas mudanças, por exemplo, quando você assiste a uma novela de amor, eu acho que ela seria completamente diferente se não tivesse uma trilha sonora ou uma música triste. Então será que posso dizer que a música faz seus sentimentos irem ao extremo?

Q: O que é Sadie para você?
Mao: Eu diria que é no que minha vida se baseia, mas entendo que isso só quer dizer que é a coisa mais importante (para mim). Mas quando eu subo no palco é normal que tudo pareça completamente diferente não é? Talvez sejam as letras que estou cantando, quando eu grito e mostro quem sou de verdade do fundo do meu coração. É realmente uma enorme mentira dizer que fazer muito barulho é uma idiotice, mas talvez eu só pense assim porque não quero mostrar meus pontos fracos. Então, eu acho que Sadie é minha verdadeira forma.

Q: O que você gostaria de dizer de agora em diante?
Mao: Na época em que estava no processo de formar uma banda, de vez em quando eu desejava ter alguma ajuda, mas só agora eu me toquei disso. No começo tinha uma postura de que era bom estar por conta própria. Naquele tempo, eu lia as cartas e emails de fãs e eram pessoas que eu não conhecia nem um pouco. Eram tantas pessoas diferentes... Algumas que tinham sofrido até então, outras que eu... Tinham diferentes tipos de pessoas que eu não fazia idéia de que existiam até então. Quando eu percebi isso, quando eu vi que ler as músicas que eu escrevia ou quando essas pessoas me viam cantar poderia ajuda-las, comecei a pensar no que mais eu podia fazer por elas. Eu quero criar o meu próprio estilo de música e me redescobrir, e quando o lado que estiver me ouvindo puder desabrochar, então, é exatamente isso que eu quero realizar.

Q: Por favor, nos diga o que pretende para o futuro como vocalista.
Mao: A primeira coisa que se percebe nos shows nesse tipo de indústria é que sempre tem muitas mulheres né? Mas eu gostaria de ser um vocalista que tivesse suporte de ambos os sexos.

Q: E por ultimo, deixa uma mensagem para seus fãs.
Mao: Eu acho que as pessoas estão se separando, e muitas pessoas têm se tornado solitárias dentre o público de Sadie. Algumas mentiras podem ser positivas quando não se pensa nelas como algo estranho, então, por favor, venham assistir um show ao vivo algum dia... E então algo certamente vai mudar. O nosso objetivo a partir de agora é, tendo aumentado nossa popularidade no ano passado, nos tornamos conhecidos em lugares em que nunca estivemos antes. Então queremos mostrar isso a vocês esse ano, vamos começar um grande mecanismo.

Especial ★ Se você pudesse ser outro membro da banda por um dia, quem gostaria de ser?
Mao: Kei. Na verdade não gostaria de ser nenhum outro porque só tenho interesse em cantar. Mas se estiver perguntando sobre tocar algum instrumento eu gostaria de ser um baterista. Eu gostaria de observar todo o cenário do fundo do palco.

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