12 março, 2010

Tradução: Entrevista para Purple Sky (2007)

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Créditos: dancerocknight, que gentilmente digitou a entrevista, eu só traduzi do inglês.



Repórter: Emily Devan

Como o grupo foi formado?

Mao respondeu, “Aki e eu éramos amigos, então quando minha última banda acabou e eu estava pensando em começar uma banda nova, o convidei para participar. A banda dele tinha acabado na mesma época, então decidimos tocar juntos. Depois disso, conversamos um pouco sobre que tipo de banda gostaríamos de formar. Uma vez que decidimos isso, começamos a buscar outros membros. Encontramos esses 5 por amigos, buscando na internet e vendo uns caras legais em casas de shows.”

Quem eles acharam na internet?
Sorrindo, o guitarrista Mizuki disse, “Eu.”

Mao explicou, “Ele tinha um site com um blog e umas coisas. Naquela época o site era tipo, Eu sou um guitarrista porque ele estava sozinho. Quero dizer, na verdade, eu conhecia a banda em que ele tinha tocado antes, então mandei um e-mail e ele apareceu para tocarmos juntos. Então o convidei para entrar na banda.”

Com minha primeira impressão da banda formada, não resisti em pensar qual tinha sido as impressões de cada um deles quanto ao outro.

Mao e Aki, obviamente os líderes do grupo, responderam, “A primeira vez que eu e Aki nos vimos foi há algum tempo atrás. Fomos apresentados por um conhecido em comum, mas foi meio que, Oh, um baixista. Eu sou um vocalista. Mas eu já o tinha visto tocar e achava que ele era bom. Poderíamos criar uma banda legal juntos.”

Aki continuou, “Acho que minha primeira impressão foi a atmosfera ao redor do Mao. Ele era bem moderno e cuidadoso com sua aparência. E isso não mudou. Já o Tsurugi, nós já sabíamos da existência um do outro, mas nos conhecemos depois de uma festa. Eu pensei, O que há com o cabelo dele? Ele tinha uma aparência bem estranha naquela época.” Aki sorriu, “É quase o mesmo agora.”

Tsurugi tentou se defender, “É a mesma aparência que eu tenho no palco. Bem, naquele tempo meu cabelo era um pouco mais liso, mas...”

Mao voltou ao tópico da conversa, “Mizuki é o mais novo, então eu pensei que ele teria uma visão que nós não temos. E também, já que tínhamos dois guitarristas, eu queria que fossem de tipos diferentes. Tipo, eles têm cores diferentes de cabelo.”

Quando esse comentário provocou risadas, um Mao um pouco corado elaborou, “Não era exatamente isso, mas eu encontrei um guitarrista que tinha uma idade próxima a minha e um que é um pouco mais novo. Eu achei que misturar os dois poderia ser bem legal.”

Do fervor punk de “Deadly Masquerade” no lançamento mais recente “The Bullet Storm”, aos acordes melódicos de “A Grudge of Sorrow”, do single anterior, o som de Sadie é um grito distante das bandas de pop-rock que dominam a cena visual atual, “Nós queríamos fazer coisas que os outros não estavam fazendo,” Mao explicou.

“Não gostamos de fazer sempre as mesmas coisas. Existem muitas bandas com canções muito boas e melodias muito boas, mas eu queria cantar músicas com um aspecto interno, com gritos do coração. Já que ninguém estava fazendo isso, nós decidimos fazer. E depois, pegamos influências de longe, achamos que artistas estrangeiros são bem legais. Queremos ser uma banda que reflete esse cenário atual.”

Essas influências parecem ser divididas com o resto da banda. Os guitarristas, que também escrevem a maioria das músicas, somam bandas como In Flames e System of a Down aos níveis de X-Japan e Luna Sea em sua lista de influências. No aspecto do visual-kei, Mizuki, que não vinha desse cenário, explicou sua atração, “No início eu não entendi. Eu ficava tipo, Por que homens estão usando maquiagem? Mas em algum momento, eu comecei a perceber que os artistas do visual-kei expressam coisas que não podem ser expressadas fora desse cenário. O grotesco e as coisas internas que geralmente não estão à vista de todos são expressadas no visual-kei e eu achei isso bem legal.”

Mas o que eles estão expressando? O próprio nome da banda é uma variação da palavra ‘triste’ (sad). Suas letras são recheadas com solidão, traição e amores sem esperança. No meio desse cenário, achei que o título do mini-album, “The Suicide Machine”, tinha o maior impacto.

Mao explicou isso também, “Quando eu escrevo as músicas, é uma forma de expressar o que estou sentindo naquele momento. Muitas das pessoas nessas letras realmente existem. Entre ‘Grudge of Sorrow’ e ‘The Suicide Machine’, meu estado emocional não estava muito bom. Como eu estava deprimido eu pensei, O que aconteceria se eu morresse?. Isso se tornou a chave para o lançamento, então acabou sendo ‘The Suicide Machine’. O título, as letras e os vocais desse lançamento refletiam o quão deprimido eu estava até o CD ser lançado.”

Mas enquanto muitos artistas que escrevem sobre sua própria dor dão pouca atenção para outros problemas, canções como, “a holly terrors” revela um lado mais doce com letras como, “Eu quero que você me diga quando estiver sofrendo”.

Quando perguntei sobre esse lado, Mao me disse, “Eu acho que é algo que eu trago do público, fazendo muitos shows, recebendo cartas ou emails. Eu senti isso, que mesmo que escrevesse as letras com meus problemas em mente, os fãs têm os mesmos problemas e se machucam também. Então decidi representa-los e acho que é daí que vêm as letras que chegam a alcançar o público.”

As bandas alcançam o público de outras formas além da música. Nos shows, eles raramente ficam longe da ponta do palco, e estão sempre animando seus fãs. Essa energia alta dos shows certamente faz seu trabalho, e Mizuki admite ficar “morto” quando o show termina.

"Se não fico exausto depois de um show,” Mao lembra, “Eu me preocupo.”
“Você tem confiança de que vai mais longe sempre que sobe no palco?” Eu perguntei.
“Se você não tem confiança, você não deve subir no palco,” Aki respondeu.

Quando eles não estão trabalhando no palco, cada membro tem um blog que dá as fãs uma dica de como é sua personalidade. Talvez, o que mais chame atenção seja o blog de Mizuki, atualizado várias vezes por dia, e o de Aki, que contém notas pequenas escritas em japonês e inglês.

Sobre suas freqüentes atualizações e o conteúdo relacionado à comida e sexo que muitas vezes aparecem em seu blog, Mizuki admitiu, brincalhão, “Eu tenho muito tempo livre. Não tenho exatamente um emprego. Até que eu gosto desse tipo de coisa. É como dizer É isso que estou fazendo agora. Eu escrevo muitas coisas idiotas, mas também escrevo muitas coisas sérias. Tem muita coisa que procuro agora. Mas na maioria das vezes, eu só quero que eles saibam o que estou fazendo naquele momento. Quero dizer, claro que os membros da banda sabem, mas os fãs não sabem e eu acho que eles gostariam de saber.” Sobre as entradas em inglês no blog, que aparentemente são traduzidas por ele mesmo, Aki somente respondeu, “Hoje em dia recebemos muitos emails de fãs estrangeiras. Não estou em um nível tão alto para falar em inglês, mas acho que escrever em inglês é mais fácil para os fãs entenderem do que em japonês. Eu tenho certeza que existem alguns erros, mas eu queria que as fãs não-japonesas também entendessem.”

Em outro esforço para se conectar aos fãs, eles começaram recentemente um fã-clube chamado UNDEAD. Os membros dizem que estão ansiosos para conhecer os fãs durante as viagens do fã-clube que estão planejando. Tsurugi explicou, “Estamos ansiosos para ter essa atmosfera que só existe nos encontros do fã-clube. Eu tenho esperança que isso nos ajude a esquecer os momentos de tensão. Tipo, quase quando você está prestes a apertar o botão de pare.” Apesar de não terem dado detalhes do que estava por vir, o sorriso no rosto de Tsurugi prometia boas lembranças.

Em 2 anos e meio Sadie passou de uma pequena banda para grandes eventos de fã-clube, mas os membros não parecem terem notado a própria ascensão meteórica. “Está tudo indo de acordo com o plano,” completou Aki.

Mao explicou, “Quando formamos a banda, tínhamos planos para apenas dois anos a frente, como se fôssemos permanecer nessa estrada por apenas dois anos, ou algo assim. Estamos progredindo como esperado.”

De repente, o fato de Mao ter estudado Economia por dois anos na faculdade não parecia tão estranho. Quando perguntado sobre o porquê de uma abordagem tão ambiciosa, Mao respondeu, “Não sei ao certo, mas quando todos os membros estavam reunidos, eu acreditava que poderíamos chegar bem longe em dois anos. Era uma crença um tanto estranha, mas nós tínhamos bastante confiança.”

Talvez seja essa confiança, combinada com paixão, planejamento e a atenção dada aos fãs, que proporcionou o sucesso de Sadie. Com os membros da banda expressando um desejo de lançar um álbum no próximo ano, parece que o sucesso vai continuar. Entretanto, quando perguntei sobre planos futuros, Aki respondeu, “Queremos manter isso entre nós por enquanto.” Tsurugi continuou, “Você terá que esperar e ver.”



Perguntas e respostas.


Tempo Livre

pS: O que fazem nos dias de folga?
Tsurugi: Quando eu estou livre, depois de fazer tudo o que eu tinha que fazer, eu vejo filmes.

pS: Que filmes você gosta?
Tsurugi: O exterminador do futuro. (Todos riem)

pS: Você queria ser o Arnold ou algo assim?
Tsurugi: Bem, acho que sou um pouco magro demais, mas ele é meu ídolo. (Falando com os membros) Vocês sabem aquela cena que ele está dirigindo uma moto? É no primeiro ou no segundo filme. Ele estava mesmo dirigindo a moto.
Aki: Eu sei.
Kei: É famoso.

pS: E quanto aos outros membros?
Aki: Já que eu também faço desenhos, não tenho dias livres.

pS: O que você desenha?
Aki: Os encartes dos álbuns, flyers, coisas da turnê, quase tudo. Nós temos profissionais prá cuidar dessas coisas agora, mas eu ainda não tenho dias livres.

pS: E quanto a você, Mizuki?
Mizuki: Eu escrevo no meu blog. Hmm... O que mais eu faço?
Kei: Sexo. (Todos riem) Blog. Sexo. Blog. Sexo.
Mizuki: Blog. Sexo.
Kei: Guitarra.
Mizuki: (falando em inglês) E dormir. Dormir. Dormir.
Kei: (falando em inglês) Comer?
Mizuki: Comer... Sexo.
Kei: Sexo.

pS: Continuando… E quanto a você, Kei?
Kei: Faço compras e vejo filmes, coisas normais. Eu vi Hero (um filme estrelando Takuya Kimura) freqüentemente.
Mao: Mesmo?
Tsurugi: Como foi?
Kei: Bom.

pS: E você, Mao?
Mao: Eu faço compras. Compro roupas e coisas.
Tsurugi: Você come takoyaki.
Mao: Não, eu não como.
Mizuki: Ele não come. Ele compra prá gente.
Mao: Eu saio prá beber também.
Tsurugi: Espera um minuto. Nós saímos prá beber (indica a si mesmo e Mizuki).
Mao: Bem, eu fui feito prá sair e prá beber. Eu também vou a hostess club¹.
Outros: (risadas e gritos de surpresa)

¹ É um tipo de clube de entretenimento masculino. Os homens vão nesses lugares em busca de atenção e companhia. As hostessess são um tipo de gueixa moderna, conversam, fazem massagens, servem bebidas e tal, mas não sei ao certo se as mulheres têm relações sexuais com os homens que freqüentam o clube.


Um homem da banda em Londres

pS: Vocês já estiveram fora do Japão?
Mao: Já estive na Inglaterra.

pS: Visitando?
Mao: Eu morei. (parece embaraçado).

pS: Morou!
Mao: É tipo, para estudar.

pS: Quanto tempo?
Mao: Uns seis meses.

pS: Onde você ficou? Londres?
Mao: Metade fiquei em Londres, mas a outra metade foi… Esqueci o nome… Era algum lugar rural fora de Londres. Eu morei lá e quando mudei para Londres fiquei em uma república.

pS: Como foi em Londres?
Mao: Bem, é uma cidade grande. Eu senti, quando realmente morei lá, que Inglaterra e Japão não são tão diferentes assim. A única coisa é que eu não gostava muito da comida na Inglaterra. Não era muito boa. Quando estava em Londres tinham muitos restaurantes japoneses, então eu ia neles. Eu comia quase tudo, menos a comida inglesa.

pS: Então isso quer dizer que você fala inglês, certo?
Mao: No passado. Agora eu não consigo.


Raízes

pS: Por que vocês decidiram montar uma banda?
Mao: Para mim, foi quando estava no ginásio... Na verdade já tem muito tempo... Foi com X (X-Japan). Quando eu era mais novo escutei X e decidi fazer uma banda.
Tsurugi: Eu vi Luna Sea e queria fazer uma banda. Quanto a guitarra, eu já tinha uma, um amigo meu conseguiu uma guitarra barata que ele não precisava, então ele me deu. Foi assim que comecei a tocar guitarra.
Aki: Eu tocava piano. Mas queria tocar com outras pessoas, não sozinho.

pS: Por que você deixou tudo o que aprendeu no piano para um trabalho tão pesado?
Aki: Se fosse prá fazer a mesma coisa eu poderia fazer com o piano. Eu queria algo diferente. O piano é lindo, mas eu procurava por algo que ele não tinha, eu acho. Era natural.
Mizuki: Quando eu era um estudante…
Kei: Takuya Kimura.
Mizuki: Não, isso é muito velho! Estamos falando sobre bandas, certo? Teve esse festival na escola e eu toquei guitarra numa banda lá. Foi minha primeira vez tocando na frente das pessoas. Foi bem interessante então eu decidi formar uma banda e terminei aqui.

pS: Agora, ouvi sobre Takuya Kimura, então me perguntei qual seria a história por trás disso.
Mizuki: Quando eu era mais novo eu gostava de SMAP¹. Eu era um fã normal de Johhnie. Takuya Kimura tocava guitarra sozinho enquanto todos os outros estavam cantando. Eu achava aquilo realmente legal e queria tocar também, então pedi a minha mãe e meu pai prá me darem uma guitarra.

¹ Sim. SMAP=boy-band-dos-anos-80 ESB Aqui tem mais informações ESB

pS: E quanto a você, Kei?
Kei: A mesma coisa, X e Luna Sea.


Outros trabalhos

pS: Que outros trabalhos vocês já fizeram?
Tsurugi: Trabalhei numa loja de conveniências, num karaokê, casa de sushi. Tiveram muitos.
Mizuki: Um chef.
Tsurugi: Um chef?
Mizuki: Trabalhei num restaurante Chinês.
Mao: Mas você não era o chef.
Mizuki: Não, não era.
Mao: Eu era um chef de gyoza. Acho que isso é bem normal. Restaurantes são um lugar comum prá se trabalhar, principalmente restaurantes internacionais.
Aki: Umm… Já fiz muitas coisas. Não consigo falar de todas.
Tsurugi: Então, dependendo da cor do cabelo e do seu estilo, tinha um certo limite de onde podemos trabalhar. Já me disseram, “Por que você não pinta seu cabelo de preto?”. Mas eu não conseguia fazer isso. Então, trabalhar num karaokê foi bem fácil. Com aquela atmosfera, eles realmente não ligavam prá cabelo loiro ou comprido.

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